Quem Não Desiste É Porque Tem Raízes Fortes

Quem Não Desiste É Porque Tem Raízes Fortes, RAIZ, trecho do livro Meu Minset Cristão Empreendedor Descomplicado.

Lembro-me de que quando era criança gostava de andar pelas calçadas da cidade. Tinha o costume de puxar as plantinhas de mato que ficavam na beira do caminho simplesmente para as arrancar. Com os dedos passando entre as folhas, algumas eu segurava firmemente e puxava. Algumas plantas saíam facilmente. Outras não. Indignado, voltava às mais resistentes e com as duas mãos tentava ainda arrancá-las, fazendo força com as pernas, mas o máximo que conseguia era tirar algumas folhas.

As plantas eram as mesmas, mas com certeza havia diferenças entre elas. A diferença não era facilmente vista, pois estava em sua raiz. Algumas eram mais fortes, outras mais fracas e por isso se soltavam facilmente.

A força da raiz é determinante para a vida e a resistência do ser. Quanto mais profundas, mais resistente ele é. Podem vir muitas mãos mal-intencionadas, mas não conseguem arranca-la. Ela é resistente.

Jesus ensina sobre isso.

Quanto ao que foi semeado em terreno pedregoso, este é aquele que ouve a palavra e logo a recebe com alegria. Todavia, visto que não tem raiz em si mesmo, permanece por pouco tempo. Quando surge alguma tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo a abandona. (Mateus 13: 20, 21)

Ele compara os seus ensinamentos a sementes que são lançadas na terra. Algumas delas caem em lugares onde não se consegue profundidade, suas raízes não se desenvolvem e logo são facilmente arrancadas. A mão que tenta arrancar se chama tribulação. As tribulações são situações extremas de adversidades nas quais a sensação é a de estar sendo esmagado por algo. É como se tivesse uma mão em cima a pressionar você, tornando-o impotente para reagir. É como quando colocamos o nosso polegar em cima de uma pequena formiga: ela fica parada. Ela não tem como reagir diante de uma força tão grande. Isso é uma tribulação.

As tribulações são forças capazes de nos pressionar a ponto de nos levar ao limite físico, emocional e espiritual.

Irmãos, não queremos que vocês desconheçam as tribulações que sofremos na província da Ásia, as quais foram muito além da nossa capacidade de suportar, a ponto de perdermos a esperança da própria vida. (2 Coríntios 1: 8, 9)

O apóstolo Paulo sabia muito bem o que era isso, porque passou por inúmeras tribulações, problemas, adversidades e contextos desfavoráveis. O que fez diferença em sua vida foram as suas raízes.

Cinco vezes recebi dos judeus trinta e nove açoites. Três vezes fui golpeado com varas, uma vez apedrejado, três vezes sofri naufrágio, passei uma noite e um dia exposto à fúria do mar. Estive continuamente viajando de uma parte a outra, enfrentei perigos nos rios, perigos de assaltantes, perigos dos meus compatriotas, perigos dos gentios; perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar e perigos dos falsos irmãos. Trabalhei arduamente; muitas vezes fiquei sem dormir, passei fome e sede, e muitas vezes fiquei em jejum; suportei frio e nudez. Além disso, enfrento diariamente uma pressão interior, a saber, a minha preocupação com todas as igrejas. (2 Coríntios 11: 24-28)

Suas raízes eram fortes. Eram capazes de suportar adversidades e todo tipo de tribulação. Não era Paulo que era forte, mas as suas convicções e crenças.

Nesse final de semana eu estava no parque a brincar com os meus filhos quando minha esposa me chamou. Uma moça com quem ela estava a conversar no banquinho ao lado do parque tinha algumas dúvidas sobre o Apocalipse. Prontifiquei-me a responder e resumidamente falei segundo o meu ponto de vista (existem várias escolas que tentam explicar o livro) sobre os acontecimentos que iram sobrevir. Mas o que ela tinha não eram dúvidas, ela queria saber se iria ou não viver a grande tribulação. Tinha medo do que poderia vir e em sua mente negaria a Cristo caso fosse pressionada. As suas raízes são fracas e na primeira puxada do mal era iriam ceder.

As tribulações da vida ajudam a fortificar a raiz; quanto mais tribulações suportarmos, mais fortes elas se tornam. Alguém que nunca lutou em uma batalha dificilmente será bem-sucedido quando travar a primeira. A melhor forma de aprender algo é vivenciá-lo e suportá-lo. Mas aquele que rejeita a prova não cria resistência nem força. Logo suas raízes são frágeis e diante de uma adversidade maior facilmente será derrotado. O mal que se tenta destruir, quando suportado, serve para fortificar.

“Quanto mais se apanha e se resiste, mais resistente e resiliente se torna a pessoa, capacitando-se para suportar as adversidades e perseverar em meio a elas.”

Quanto mais se apanha e se resiste, mais resistente e resiliente se torna a pessoa, capacitando-se para suportar as adversidades e perseverar em meio a elas. É como se ela criasse uma casca que não lhe permitisse mais sofrer por questões pequenas. As dores não são tão fortes e os ataques já não incomodam. Ela consegue raciocinar em meio à turbulência. Somente uma onda maior a pode incomodar.

Quando se entra na academia de musculação, começa-se com pouco peso. Se for homem, duas anilhas de cinco quilos para malhar o bíceps já lhe oferecem grande resistência. Após alguns meses, o músculo se desenvolveu e precisa de uma resistência maior, e então se vai aumentando quilo a quilo. Depois de alguns anos de grande dedicação, a pessoa será capaz de levantar até cinco vezes ou mais aquele peso. Se voltar a puxar os cinco quilos iniciais, não precisará de muito esforço. É necessário maior peso maior para exigir mais de um corpo já acostumado a se esforçar mais. Assim é a raiz: não será qualquer tempestade que irá arrancá-la, não será qualquer adversidade que a vencerá.

Moisés Nogueira de Faria
@moisesnogueiraoficial