Parabola dos Talentos e Carreira Profissional: Crescimento por Etapas.

Na parábola dos talentos, é fácil identificar três pessoas em momentos diferentes da vida. Uma vez, eu viajei para Rio de Contas, na Bahia, terra da minha esposa, e fomos subir o Pico das Almas, um dos pontos mais altos do Brasil. Chegando lá, perguntei onde estava o pico, pois não conseguia ver. Meu cunhado, que liderava o grupo, disse que estava no topo daquele monte.

Então, começamos a subida. Ao chegar no topo, havia outro monte. Perguntei novamente sobre o Pico das Almas, e ele disse que estava no topo desse novo monte. Subimos mais uma vez e encontramos outro monte. E assim foi, subindo um monte após o outro, até que finalmente chegamos ao Pico das Almas.

Lá em cima, a vista era maravilhosa. Olhando para baixo, pude contemplar todo o caminho que percorremos. Durante a subida, encontramos pedras enormes de quatro metros de altura, que lá de cima pareciam pequenas. Pensei: “Passei por tudo isso”.

Se tivesse visto todo o percurso de uma vez, teria desistido, pois parecia enorme, especialmente para mim, que não estou acostumado a essas coisas. Mas, ao encarar a jornada por etapas, consegui encontrar força e vontade de chegar ao fim, apesar da dificuldade.

A vida é feita de fases. Se víssemos todo o caminho a ser percorrido, talvez desistíssemos. Crescemos por etapas, vencendo um ano, um cargo, uma possibilidade de cada vez. Os três trabalhadores da parábola, embora iguais, estavam em contextos diferentes, com capacidades diferentes. A cada um foi entregue conforme sua capacidade.

O interessante é que, se o de menor capacidade tivesse um bom desempenho, ele poderia subir de nível. Em uma terceira rodada, poderia ter a mesma capacidade do segundo. E o segundo, se continuasse a crescer enquanto o primeiro estagnasse, poderia alcançar a posição do primeiro. O terceiro, com empenho, poderia chegar à posição do primeiro, recebendo recompensas pelo bom desempenho e crescimento.

Na vida, muitas vezes nos comparamos com os outros, querendo ser como eles, mas esquecemos que, com um bom desempenho agora, podemos alcançar essas posições. Muitos querem o reconhecimento sem o esforço necessário. A capacidade do trabalhador mais competente se deve ao seu percurso e dedicação. O empregador reconhece esse trabalho, não porque ele nasceu sabendo, mas porque ele se empenhou e cresceu ao longo do tempo.

Nossa capacidade cresce à medida que rompemos limites e nos esforçamos diariamente. Como me torno mais capaz a cada dia? Com um bom desempenho na missão atual. Não foi exigido que ele chegasse a 10 talentos, mas a 2. Se ele recebesse 1 e alcançasse o desempenho de 2, já estaria no caminho para alcançar o segundo. Em rodadas seguintes, poderia chegar a 4 talentos e assim por diante, até alcançar os outros.

Às vezes, ele pode ter se sentido intimidado pelo primeiro trabalhador, mas o importante é focar no que você pode fazer hoje, com sua força e realidade. Não é necessário se comparar com quem está lá na frente, mas sim com aqueles que estão na mesma situação e nível. A comparação saudável nos motiva a crescer.

Precisamos de referências para saber se estamos indo bem ou mal. Em muitas empresas, a cultura do desempenho permite mensurar se estamos nos saindo bem em nosso nível. Devemos lutar por isso, entendendo que a comparação deve ser com aqueles na mesma situação. Assim, podemos crescer e desempenhar nosso trabalho, alcançando posições mais elevadas no futuro.

Moisés Nogueira de Faria – @moisesnogueiraoficial

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