Viva a experiência de ajudar pessoas carentes

Certa vez, recebi o contato de um grupo de pessoas que queria entregar doações em um bairro carente. Então, selecionei as famílias de acordo com a quantidade prevista.

No dia marcado, sentei-me à frente do grupo de homens que, com alegria, entregavam as cestas básicas. Ouvi então o discurso do líder: tratava-se de um grupo de servidores públicos, motivados por um colega que tomou a iniciativa. Aquele homem, de porte imponente, começou a chorar ao falar. Em suas palavras, fazer aquilo era profundamente emocionante, pois trazia à tona lembranças da sua infância pobre.

Voltar ali e entregar doações tinha para ele um valor intangível. Com a voz embargada pela emoção, ele vivia um momento único em sua vida.

Já presenciei cenas assim inúmeras vezes. E não conseguiria explicar, pela lógica, o valor daquele instante. Entendi que meu papel deveria ser sempre o de um facilitador. Mais do que ajudar, aquelas pessoas estavam lavando suas almas. Ter passado necessidade — ou simplesmente sentir a dor de quem passa — e um dia poder estender as mãos, mesmo que apenas uma vez, tem um significado imenso.

É algo que uma foto não consegue capturar. Quem assiste de fora muitas vezes não compreende: a alegria do doador supera, muitas vezes, a do recebedor. Vale lembrar as palavras de Jesus: “É melhor dar do que receber”.

A cesta básica, por mais essencial que seja em momentos de urgência, torna-se também a expressão concreta do amor de alguém que talvez não saiba como retribuir o bem que recebeu de Deus.

Para mim, encontrar pessoas assim renova minha motivação. Pois aquele que um dia esteve na posição de quem recebe, hoje retorna para agradecer.

Moisés Nogueira de Faria – @moisesnogueiraoficial

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